Ontem, quinta-feira, 27, foi dia de um festival de emoções para quem, como nós do GAP, acompanha os trabalhos legislativos nesta cidade. Cheguei à Câmara triste, decepcionado, frustrado.
Imaginem que em plena discussão sobre os destinos da ocupação urbana e rural do município, nas Audiências Públicas convocadas pelo Legislativo, chega à Câmara um Projeto de Lei Complementar (PLC93) que cria, sem mais nem menos, mais duas Zonas Industriais: uma na avenida Nicolau Cesarino, do Pururuca ao rio Jaguari e outra nas terras da Fazenda Matão até a Estrada das Lages.
Nem vou nem dizer que essa forma truculenta de agir contraria a Lei, invade áreas urbanas e turísticas, só vai criar mais problemas para a cidade e para os cidadãos. Digo que ela contraria o bom senso, o respeito ao cidadão de Extrema, que tem o direito assegurado por Lei de se manifestar, de ser ouvido, de dizer o que quer e o que não quer para sua cidade.
E a Câmara aprova o projeto de Lei Complementar nº 93, sem discussão, sem estudo, sem justificativas e, pasmem, com parecer favorável da Assessoria Jurídica e da Comissão de Obras, conforme assegurou ontem, em público, o vereador Marcelo Fuji.
Voltando à audiência Pública de ontem, conduzida pela Comissão de Participação Popular, dos três membros dessa Comissão só compareceu o vereador João Calixto, mas contou a presença atuante do vereador Marcelo, convidado para fazer parte da mesma.
Mesmo assim saí dela feliz, porque, depois de tantas decepções, ocuparam a tribuna, representantes de cinco Associações de Bairros, que demonstraram cidadania e muita coragem, falando com o coração e dando um lindo e verdadeiro exemplo de democracia:
Sonia (Bairro da Roseira) enfatizou a importância de convocar o Núcleo Gestor para atualizar e reapresentar o Projeto de Revisão do Plano Diretor.
Cristina (Bairro das Posses) insistiu na necessidade de divulgar amplamente as audiências, com anúncios, faixas e com tempo necessário para as pessoas possam se programar adequadamente.
Airton (Bairro do Juncal) mostrou sua preocupação sobre o efeito das ações de governo sobre a parte mais importante de todo o processo político – as pessoas.
Edison (Bairro do Morbidelli) chamou a atenção sobre o impacto dos planos e projetos sobre a qualidade de vida dos cidadãos e disse que o crescimento desordenado só está aumentando o custo de vida.
Pedro (Salto de Cima) ponderou que os mais pobres precisam de lotes pequenos e acessíveis, mas que isso deve ser feito sempre dentro da legalidade.
Nota dez para todos vocês!
Esperamos que nas próximas Audiências Públicas, marcadas para os dias 07 e 21 de outubro, mais e mais exemplos como esses possam acontecer, porque só dessa maneira podemos reconstruir o Plano Diretor que Extrema merece.
E cada vereador que atribua, sinceramente, a si próprio, a nota que acha que merece nesse episódio...
Guilherme Cirati Gomes
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